O surgimento da Logística está entrelaçado com a história da humanidade. Uma história que ganha maior complexidade quando os antigos povos nômades se estabeleceram em assentamentos e viveram da agricultura, há aproximadamente 12 mil anos. Gradualmente foram sendo criados caminhos entre esses assentamentos, que mais tarde virariam cidades e depois, nações. Os caminhos virariam estradas, por onde iria fluir o comércio da Idade Antiga. Quem já não ouviu falar, por exemplo, na Rota da Seda, que ligava a China ao ocidente? Muitos impérios só se tornaram viáveis graças ao que entendemos hoje como Logística. É o caso do Egito, que há 4.000 anos já armazenava grãos para os períodos de entressafra e seca. Ou os países europeus, que ganharam fortunas conquistando outros continentes graças aos seus grandes navios.

Uma evolução que parece lógica e racional. Aliás, um dos significados de Logística está ligado à Matemática. É o nome dado à parte da álgebra que trata das quatro operações aritméticas (adição, subtração, multiplicação e divisão). Definição presente no dicionário Priberam, que usa a palavra Logística para definir ainda a lógica matemática, bem como lógica moderna como ciência combinatória. O mesmo dicionário também define essa palavra como “parte da arte militar que trata do apoio às tropas no que diz respeito à alimentação, municiamento, saúde, transportes, etc.”.

Aliás, foi no meio militar, devido às inúmeras guerras travadas ao longo da história, que o conceito evoluiu em complexidade e migrou para o universo empresarial. Conforme o site umov.me, “a primeira vez em que o conceito de logística foi publicado e, consequentemente, ganhou mais visibilidade foi por conta do livro do Tenente-Coronel George Cyrus Thorpe, intitulado de ‘Logística Pura: a ciência da preparação para a guerra’ de 1917. Com isso, a logística conquistou um patamar mais alto nos conceitos aplicados à guerra, com as palavras estratégia e tática”.

Hoje, no mundo corporativo, “Logística é a parte do gerenciamento da cadeia de abastecimento que planeja, implementa e controla o fluxo e armazenamento, eficiente e econômico, de matérias-primas, materiais semi-acabados e produtos acabados, bem como informações a eles relativas, desde o ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes”. Definição essa formulada pelo Council of Supply Chain Management Professional (CSCMP) e publicada no blog egestor.com.br.

No caderno Summit Mobilidade 2022, o Jornal Estado de São Paulo, publicou um texto falando resumidamente sobre Logística, onde descreveu, de forma didática e breve, o funcionamento desse que é um dos segmentos mais complexos do meio empresarial: “Há diversas formas de entender o funcionamento da logística. Uma das maneiras clássicas é separar essa especialidade da administração em dois tipos de atividade:

• principais — Transporte, gestão de estoque e processamento de pedidos;
• secundárias — armazenagem, manuseio de materiais, embalagem, compras, gestão de produtos e sistemas de gestão.

Também é importante destacar que a cadeia logística — como é chamado o processo pelo qual as mercadorias passam — pode ser organizada em três fases:

• suprimentos — Gerenciamento de suprimentos e matéria-prima para indústrias, incluindo processamento de pedidos a fornecedores, transporte, armazenagem e distribuição;
• produção — Etapa de controle dos chamados SKUs (códigos de estoques dos produtos), além de fluxo de mercadorias, abastecimento e distribuição inicial dos itens;
• distribuição — Gestão de pedidos dos clientes e dos meios de distribuição utilizados para isso, incluindo gerenciamento de estoque, armazenagem e entrega por diversas vias.”

Os leigos costumam dividir a Logística entre Transporte e Armazenagem. Isso não está errado. É apenas simplista demais. Principalmente numa época onde o comércio eletrônico se tornou essencial para o funcionamento da economia. E sem um bom desempenho logístico seria impossível fazer qualquer tipo de negociação pelo universo on-line.

Atualmente temos muitos tipos de Logística. Veja agora alguns deles, numa listagem criada pelo site contaazul.com:

• “Logística de abastecimento — A logística de abastecimento, ou logística inbound, é voltada para os suprimentos, mercadorias e matérias-primas necessárias garantir os recursos da empresa. Sua função é planejar e gerenciar os materiais para estarem sempre disponíveis conforme a demanda, além de controlar seu armazenamento e transporte. 
• Logística de produção — A logística de produção é utilizada em indústrias para gerenciar o processo de conversão da matéria-prima em produto final.
• Logística de distribuição — A logística de distribuição, ou logística outbound, é a área responsável pelo planejamento das entregas. O profissional do setor cuida da saída de produtos para centros de distribuição, pontos de venda ou consumidores finais, cumprindo funções como criação de rotas de entrega, gestão de transportadoras, contratação de motoristas e rastreamento de entregas.
• Logística reversa — A logística reversa tem como principal função planejar o retorno de materiais e produtos à empresa, encaminhando o recolhimento pós-venda ou pós-consumo. Algumas empresas são obrigadas por lei a implementar políticas de logística reversa para recolher embalagens e resíduos de seus produtos, como os fabricantes de agrotóxicos, pneus, óleos e eletroeletrônicos. Em outros casos, a gestão é voltada ao fluxo de trocas e devoluções de produtos, como ocorre no e-commerce quando o cliente desiste da compra ou recebe um item com defeito.
• Logística de terceira parte (3PL) — A logística de terceira parte, do inglês Third Party Logistics (3PL), é um modelo terceirizado utilizado por empresas de e-commerce.  Nesse caso, a empresa contrata um provedor 3PL para cuidar de todo o processo de pedido do consumidor, transporte, entrega, troca e devolução. Quando a organização é responsável por toda a logística, empregamos o termo “1PL”, e quanto contrata uma transportadora para cuidar das entregas, o sistema é chamado de “2PL”.  
• Logística de quarta parte (4PL) — Na logística de quarta parte, do inglês Fourth Party Logistics (4PL), a empresa também terceiriza todo o processo logístico, mas há um grau superior de otimização. Os provedores 4PL também são chamados de Lead Logistics Partners (LLP), pois oferecem um serviço de alto nível que inclui a gestão de outros 3PLs com um único ponto de contato. Há ainda a LOGÍSTICA DE QUINTA PARTE (5PL), que oferece soluções inovadoras e utiliza tecnologias avançadas como inteligência artificial, automação, blockchain e dispositivos de identificação por radiofrequência (RFID) para agregar valor à cadeia de suprimentos.”

Para finalizar, veja abaixo, na relação criada pelo Portal IC, sendo algumas áreas da Logística:

• Gerenciamento de materiais — Esta etapa tem como função garantir a administração dos recursos necessários para haver a produção e distribuição das mercadorias. Trata-se de um levantamento preciso e detalhado das necessidades de cada setor.
• Armazenamento — Aqui são analisadas as melhores técnicas de conservação, proteção e armazenagem dos produtos disponíveis em estoque, assim como a otimização do espaço. Este estudo inclui a localização do galpão, seu layout e a necessidade de climatização.
• Embalagem — A maneira com que o produto é embalado durante o transporte pode garantir sua integridade ou provocar prejuízos irreversíveis. Por esse motivo, a negociação com os fornecedores deve ser realizada priorizando a qualidade, e não somente o preço.
• Estoque — O controle dos itens que precisam ser reabastecidos e da quantidade ideal de cada pedido, sem gerar excesso ou falta de SKUs, (Stock Keeping Unit), assim como o desenvolvimento de relatórios de compra e venda, são algumas das responsabilidades deste setor.
• Processamento de pedidos — Além do transporte, processos internos também podem interferir no prazo de entrega do produto. Supervisionar o pedido desde o primeiro momento em que é realizado e agir para que ele seja direcionado à transportadora é crucial para garantir uma entrega rápida e segura.
• Transporte — É graças ao transporte que a comercialização do produto é possível. Nesta etapa, são definidos os meios de entrega, a transportadora é contratada (caso se opte pela terceirização) sendo feito o planejamento de rotas.

Em cada uma dessas áreas existem operações secundárias desenvolvidas coordenadamente para que o produto ou serviço passe pela cadeia de suprimentos até chegar ao consumidor.

Ah! Como vivemos numa Era Digital, é de suma importância o uso de Tecnologia da Informação no Setor de Logística. Estamos falando da Logística 4.0, onde ferramentas como Big Data, Internet das Coisas, Machine Learning, Inteligência Artificial, etiquetas com rádio frequência e muitas outras se tornaram essenciais para tornar as empresas mais competitivas. Isso sem falar na necessidade de instalar softwares potentes, como o WMS (Warehouse Management System, que gerencia armazéns) e o TMS (Transportation Management System, que cuida da frota de veículos). Aqui, na nossa página, você encontra textos sobre esses assuntos.

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