Atualmente existem várias empresas prestando serviços de entregas aéreas urbanas com drones ao redor do mundo
DRONE não é uma sigla. Trata-se de uma palavra da língua inglesa que significa ZANGÃO. O apelido provavelmente é derivado do zumbido que a máquina faz em pleno vôo. Mas o equipamento também é chamado de UAV (Unmanned Aerial Vehicle) ou VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado), em Português. Veículos manipulados à distância não são novidade. Quem nunca viu um carrinho de controle remoto quando era criança, mesmo que pela TV? O princípio é o mesmo, só que de forma muito mais sofisticada. Sinais de rádio controlam a máquina a grandes distâncias. Os VANTs ficaram famosos após seu uso militar em conflitos. Tudo começou na Segunda Guerra Mundial, com as bombas alemãs V1 e V2. Nos Anos 1960 a Marinha norte americana começou a fazer testes com estas máquinas, mas foi só em 1977 que o israelita Abe Karem criou um equipamento semelhante ao que temos hoje. Para os civis, o UAV chegou depois e demonstrou ser útil na produção de imagens aéreas. Fotógrafos, cinegrafistas, produtores rurais e topógrafos, por exemplo, têm usado muito os drones em suas atividades. Mas agora ele vem ganhando novas versões para atender o segmento de Logística.
De acordo com artigo escrito pela jornalista Cristina De Luca e publicado no site negociosdisruptivos.com, em novembro de 2020, um drone de seis hélices transportou uma carga de 3 quilos de um heliporto até um grande navio de carga ancorado a 5 quilômetros do Porto de Cingapura, tornando-se o primeiro veículo no mundo a fazer uma entrega noturna offshore. A F-drones, startup por trás do feito, projeta drones para entregas autônomas de cargas úteis de até 100 kg em distâncias de até 100 km, para navios e plataformas. Notem os números: 100 QUILOS em distâncias de até 100 QUILÔMETROS! Isso muda tudo. Só que estes números ainda não estão sendo praticados no mercado.
Atualmente existem várias empresas prestando serviços de entregas aéreas urbanas ao redor do mundo, como Amazon Air, UPS Flight Forward, Fehr & Peers, Zipline, Drone Express, Drone Delivery Canada, Valqari e Flytrex. Mas hoje os voos partem de centros de distribuição e tem no máximo 30 quilômetros de percurso.
No Brasil também já existem prestadores de serviços aéreos urbanos para voos não tripulados. É o caso da Speedbird Aero, que vem fazendo testes para o iFood em uma rota de 400 metros a partir do Shopping Iguatemi, na cidade de Campinas (SP). O trajeto pelo solo leva 12 minutos. Mas pelo ar esse tempo cai para apenas 2 minutos. Os drones levam as encomendas dos clientes para um ponto de encontro com os entregadores, que terminam a viagem de forma convencional (moto, bicicleta, patinete). Felipe Martins, diretor de inovação do iFood, diz que das mil cidades em que operamos, identificamos que pelo menos 200 têm características similares a dessa área de testes em Campinas para as quais poderíamos levar a solução. A iFood, numa parceria com a McDonalds e Madero, também está testando os serviços da Speedbird Aero em Aracaju (SE). Os pedidos vão sair do Shopping Rio Mar e sobrevoar o Rio Sergipe até o município vizinho de Barra dos Coqueiros. Por terra o trajeto chega a levar 55 minutos. Pelo ar, o drone leva somente 5 minutos e 20 segundos. Segundo o site canaltech.com.br, a missão do drone é reduzir o tempo de viagem no primeiro trecho da entrega. Por isso, eles vão até um droneporto e são distribuídos a partir de lá. Os equipamentos (da Speedbird) têm 1m50 de altura e 1m20 de largura, são equipados com seis motores e dois GPS, funcionam com tecnologia 4G e podem voar com velocidade de 32 Km/h.
E porque usar o drone justamente na last mile, que em Português significa última milha? Bem, o Instituto Ilos afirma que a última milha representa aproximadamente 24% dos custos logísticos. Quando falamos do comércio on-line esse número sobe para 45%. A ideia é, enfim, reduzir custos. Diminuir despesas na last mile significa baratear o frete para o consumidor final, aumentando as vendas num segundo momento. Argumento que, aliado a agilidade do modal em ambientes urbanos e outros de difícil acesso, tem gerado uma grande movimentação no mundo dos negócios. Alguns investidores acreditam que o uso de drones na última milha pode criar um mercado de 30 bilhões de dólares até 2028. É muito dinheiro. E será que realmente vale a pena apostar nessa tecnologia? De acordo com a empresa Futurecom Digital a utilização destes equipamentos traz as seguintes vantagens:
- Redução do tempo de entrega do produto ao cliente – o tempo de viagem em alguns trechos pode ser até 90% menor. Não há como comparar com o transporte terrestre em cenários urbanos.
- Entregas mais baratas só a UPS, que chegou a pensar na instalação de mini-helipontos na parte superior de seus caminhões, espera economizar 50 milhões de dólares se diminuir apenas uma milha nas rotas diárias dos seus 66 mil motoristas.
- Redução de danos ao meio ambiente – A entrega média de um pacote por caminhão gera cerca de 1 kg de emissões de gases de efeito estufa. O drone não tem esse problema.
- Tecnologia já existente equipamentos potentes para carga e distância já estão disponíveis no mercado.
- Maior eficiência ao processo como um todo lembrando que os drones não substituem os outros modais, mas servem como complemento.
Mas também existem muitos desafios. Lembram que a palavra inglesa drone significa zangão, por conta do zumbido que ele faz? Imagine milhares de zangões voando ao mesmo tempo nos céus de sua cidade 24 horas por dia. O barulho seria o mesmo de um vespeiro gigante. Além disso, quem controlaria esse tráfego aéreo? César Taurion, em artigo publicado pelo site neofeed.com.br, faz a seguinte análise: só nos Estados Unidos, FedEx, Amazon Prime e UPS entregam 10 bilhões de pacotes por ano. Se 10% dessas entregas passassem a ser feitas por drones, que normalmente viajam com apenas um pacote de cada vez, teríamos um bilhão de voos por ano. 2,7 milhões de voos por dia! Mesmo que apenas 1% do volume total de pacotes fosse transportado por veículos aéreos não tripulados, ainda assim teríamos 270 mil voos por dia! Isso só nos Estados Unidos! Tem mais: quem vai pilotar essas máquinas? Quanto custará o curso preparatório (obviamente necessário) e a certificação? Os aparelhos estão realmente preparados para voar em qualquer clima? Já pensou se dois drones, cada um carregando 30 quilos de mercadoria, colidirem em pleno voo, a 100 metros de altura? Quando eles caírem no chão, qual será o estrago? Alguém pode morrer? Claro que sim. Por isso, uma série de regras estão sendo criadas para usar voos não tripulados em grandes cidades.
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(O texto acima foi escrito com informações dos sites negociosdisruptivos.com, digital.intermodal.com.br, valor.globo.com, canaltech.com.br e neofeed.com.br)