Não se trata apenas de pensar nos solavancos, mas de impedir que o item seja exposto à água e à poeira, bem como evitar o atrito que ocorre devido à movimentação da carga.
Packing é uma palavra da língua inglesa que significa “embalagem”. E é justamente isso que ocorre nessa área da Intralogística. Estamos falando do processo de acomodação e proteção de uma mercadoria antes do envio ao cliente. Logo após o Picking, que é a separação do produto dentro da unidade de armazenagem, profissionais da área de Packing se preocupam em embalar o item que foi encomendado.
O objetivo central desse serviço é evitar que a mercadoria sofra avarias durante o transporte. Não se trata apenas de pensar nos solavancos, mas de impedir que o item seja exposto à água e à poeira, bem como evitar o atrito que ocorre devido à movimentação da carga. Tais preocupações demonstram que a acomodação, o empacotamento e a embalagem de um produto são sempre personalizadas em virtude de características como peso, tamanho e formato. Nesse trabalho é possível ainda descaracterizar a aparência da mercadoria com a intenção de evitar furtos, principalmente no caso de itens pequenos e de alto valor.
Os profissionais de Packing podem usar diferentes materiais. Seguem abaixo os tipos mais comuns de insumos utilizados nessa atividade, de acordo com o blog Grupo TCP:
- “enchimento solto: é utilizada uma caixa maior, na qual é colocada a peça e, para complementar o espaço livre, são utilizados materiais soltos (espuma, isopor, papel, entre outros) como uma forma de proteger a carga de impactos durante o deslocamento;
- calçamento e escoramento: é utilizada uma caixa maior, na qual a peça é colocada, mas é usado também um material mais resistente para reforçar tanto a caixa em si quanto partes do produto. Por exemplo, pode-se utilizar madeira como forma de escorar o item dentro da caixa;
- envolvimento: é utilizada uma caixa maior, na qual a peça é colocada, e o produto é envolvido em material protetor (plástico bolha ou embalagem inflável);
- revestimentos moldados: feitos para aquela peça específica, eles revestem o item por completo para que possa ser transportado.”
Mas na classificação acima estão sendo citados apenas os materiais que revestem os produtos transportados contra as ondas de choque, comuns nas estradas brasileiras por conta de buracos e lombadas, por exemplo. Outros insumos também são usados para embalar as mercadorias, conforme podemos ver na listagem do site Promtec:
- “A caixa de madeira – Trata-se de um formato bem antigo de embalagem, que em geral transporta unidades de diferentes naturezas. A caixa de madeira é muito solicitada no segmento do agronegócio (frutos, legumes e verduras). Apesar de prático, esse formato protege pouco o produto, já que ele fica à mercê da umidade e, por causa do peso, não é tão confortável para o consumidor.
- O papel e o papelão – Embalagens de papel ou alumínio são de fácil manejo e simples de reciclar. O pouco peso e os custos de produção também compensam, e elas apresentam-se na forma de sacolas, caixas, fardos e envelopes. Uma de suas limitações é que não resiste à umidade. Outro ponto a considerar é sua fragilidade, principalmente quando a embalagem de papelão é tomada comparativamente ao peso dos itens que serão embalados. Isso faz com que o papelão não seja recomendável para embalar os diferentes tipos de alimentos.
- O vidro – As embalagens de vidro são muito recomendadas para armazenar alimentos. Elas também satisfazem o cliente porque permitem que ele observe as características do produto dentro da embalagem, já que o vidro pode ser translúcido ou mesmo transparente. Contudo, é um material muito vulnerável a danos, pois quebra muito fácil, especialmente durante o transporte. O vidro é um dos materiais que mais demoram para se decompor. Seu uso é recomendável quando se trata de embalar produtos em conserva, como doces, nozes, pastas, geleias, requeijão e outros.
- A lata ou o alumínio – As embalagens de lata e alumínio são recomendadas para itens que exigem proteção contra umidade, odores e luz. Também têm características térmicas, promovendo resfriamento e conservação. Ainda que seja um material reciclável, o alumínio tem leva em sua composição um elemento muito poluente, que é a bauxita. Por isso, empresas mais sustentáveis evitam usar esse material. Ele é muito aplicado no armazenamento de doces, bebidas, legumes, sardinhas e outros alimentos.
- Outros materiais – Além dos materiais que citamos acima, as embalagens podem ser confeccionadas em outros materiais:
- laminados;
- plástico;
- tetra pak (alumínio, papel-cartão, polietileno);
- isopor;
- ligas metálicas”.
O transporte dessas mercadorias pode ser feito na modalidade de carga completa, quando todos os itens pertencem a um mesmo fornecedor, ou de forma unitizada. A unitização ocorre quando produtos de diferentes origens dividem o mesmo espaço, sendo que cada cliente paga apenas pela cubagem que foi efetivamente utilizada. Enfim, a unitização de cargas é a prática de reunir diferentes mercadorias num só volume. Segundo o site Comprovei estes são aos materiais mais comuns usados nessa modalidade:
- “Paletes – Os paletes são bastante utilizados para a armazenagem de mercadorias e também auxiliam no processo de unitização de cargas. Fabricados de madeira, plástico ou metal, servem como base para os itens no armazém ou veículo. As caixas são presas aos paletes com cordas, cintas ou filme stretch. Assim, além de se manterem unidas e a movimentação ser feita com mais praticidade, permanecem firmes durante a rota, evitando avarias.
- Contêineres – Os contêineres são bastante conhecidos pelo uso no transporte marítimo e têm sido usados para a unitização de cargas em armazéns. Por serem grandes caixas fabricadas em metal, conseguem comportar uma grande quantidade de volumes, facilitando a organização do espaço e dos processos.
- Malhas de poliéster – As malhas de poliéster são usadas para a unitização, especialmente de mercadorias de maior porte e peso, em um processo chamado pré-lingagem. Por serem bastante resistentes, as malhas permitem que a carga unitizada seja içada com o auxílio de guindastes e movimentadas de um lugar a outro.
- Fardos plásticos – São embalagens plásticas moldadas por uma máquina chamada enfardadeira que formam fardos de itens. Dessa forma, eles ficam bem firmes dentro desses pacotes. São bastante comuns para produtos alimentícios, como grãos em geral, bebidas embaladas em garrafas pet, entre outros.
- Big bags – As big bags são grandes e resistentes sacolas que comportam até duas toneladas de carga. São indicados para mercadorias a granel ou que sejam embaladas em sacos plásticos.”
Mas como escolher os insumos corretos? O site SacLogística oferece algumas dicas muito úteis! Acompanhe:
- “Adequação ao produto – Em primeiro lugar, a embalagem deve ser compatível com o produto. Ou seja, as características físico-químicas do produto não podem comprometer a integridade da embalagem, nem vice-versa. Nesse sentido, características como dimensões, peso, fragilidade, necessidade térmica entre outras precisam de ser avaliadas.
- Satisfação do cliente – Para o marketing a embalagem é a capa do produto. Além da função de proteção, ela assume o papel de vislumbrar no cliente experiências positivas. Sendo assim, a embalagem deve facilitar o manuseio por parte do cliente, que o descarte da mesma não seja um problema, que contenha todas as informações necessárias e principalmente que cumpra o papel de proteger o produto. Sem dúvidas, que, a embalagem do produto pode ser o diferencial para a escolha dos clientes.
- Custo da embalagem – Um dos principais desafios enfrentados pela gestão logística é conciliar os preços das embalagens com a eficácia da mesma. De fato, trata-se de um item que eleva bastante os custos da empresa, e dessa forma deve ter total atenção por parte do profissional de logística. Nesse sentido, deve ser feito um estudo a cerca da adequação das embalagens ao produto. Encontrando a embalagem ideal para a proteção do produto é necessário então buscar os fornecedores que trarão as melhores soluções para a empresa.
- Certificação dos fornecedores – A escolha dos fornecedores de embalagens é um item de enorme importância. Devemos estar atentos as certificações destas empresas para obter os produtos de melhor qualidade. Além das certificações de qualidade é necessário atentar para certificações em prol do meio ambiente. Ou seja, escolher fornecedores em que os processos e produtos estejam de acordo com a preservação do meio ambiente.
- Meio Ambiente – Em geral, o destino das embalagens é o mesmo: o lixo. Desse modo, a embalagem deve facilitar o descarte por parte dos clientes, não sendo o um fardo que vai gerar dor de cabeça para o mesmo. Por se tratar de um item descartável, a escolha do material tem de considerar mitigar ao máximo os danos ao meio ambiente.”
E quais as vantagens de um serviço de Packing bem feito? Bem, basicamente, são três:
- Maior satisfação dos clientes – A satisfação dos clientes está ligada ao serviço prestado pela empresa. Nesse sentido, ter um sistema logístico estruturado é fundamental para atender as necessidades e expectativas dos clientes. Logo, um processo de Packing bem estruturado garante a proteção e integridade física dos produtos.
- Maior produtividade – O processo de Packing está diretamente relacionado aos níveis de produtividade na operação da empresa. Isso porque, definir a embalagem correta para o tipo de produto gera ganhos na operação da empresa, tornando a mesma mais produtiva.
- Menor desperdício – Ter a disposição os produtos nas quantidades exatas exige que as operações alcancem a máxima performance, bem como o consumo consciente dos materiais. Nesse sentido, o desenvolvimento operacional significa ganhos de produção e menor desperdício. A embalagem logística é um custo necessário ao produto. Mas saber dimensioná-la corretamente evita desperdícios de materiais e gastos excessivos.
Claro, repetindo, tais vantagens se apresentam quando esse serviço é bem feito. Aliás, é preciso entender que o Packing faz parte do processo de venda. Ao receber a mercadoria o cliente repara primeiro na embalagem. Um produto bem protegido estimula o consumidor a fazer novas compras, pois ele vai se sentir mais seguro.
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