As contribuições do Diagrama de Ishikawa são numerosas tanto para a Indústria, quanto para a Qualidade
Nascido no Japão em 1915, doutorado em Engenharia Química pela Universidade Tóquio em 1939, Kaoru Ishikawa iniciou sua carreira na Qualidade em 1941 na Companhia de Combustível Líquido Nissan. Sua produção bibliográfica contou com um total de 647 artigos e 31 livros, destacando-se alguns dentre tantos como Introdução ao Controle da Qualidade e O que é Controle da Qualidade Total? O caminho Japonês.
Suas contribuições são numerosas tanto para a Indústria, quanto para a Qualidade, mas não podemos deixar de mencionar a disseminação da Filosofia da Qualidade, também conhecida como a Cultura da Qualidade.
Na posição de presidente do comitê Japonês da Conferência Nacional de Controle da Qualidade, Ishikawa dedicou-se a conscientizar as pessoas e as empresas a respeito da implementação e disseminação da importância da qualidade para o desenvolvimento econômico. Desta forma, estudiosos apontam seu papel crucial no desenvolvimento da qualidade no Japão, batendo de frente ou até mesmo superando os patamares de qualidade Norte Americana.
Ferramentas da Qualidade
Não podemos deixar de lado o fato de que inúmeras ferramentas da qualidade já eram populares antes mesmo dos feitos de Ishikawa, entretanto, ele se preocupou em reunir ferramentas que pudessem ser utilizadas por qualquer colaborador, direcionando o foco na aplicação prática dos métodos e nos resultados. Este conjunto de técnicas reunidas ficou conhecido como as 7 ferramentas da Qualidade que é utilizado até hoje em larga escala por diversas empresas em todo o mundo.
- Gráfico de Pareto
- Diagramas de Espinha de Peixe (Diagrama de Ishikawa)
- Histogramas
- Folhas de Verificação
- Gráficos de Dispersão
- Fluxogramas
- Cartas de Controle
Porém, por mais úteis que tais ferramentas pareçam ser, deve se ter um grande entendimento e conhecimento acerca dos problemas existentes dentro de seu processo para que cada uma dessas seja aplicada de forma assertiva, resultando não apenas em análises, mas sim em resultados. Além disso, é preciso também que surja uma cultura de uso destas ferramentas e também a Cultura da Qualidade, pois sem isso, o fluxo da melhoria contínua não será retroalimentado.
A Qualidade e Ishikawa
Apesar de todas as contribuições que Ishikawa deixou como legado para toda a área da Qualidade, podemos destacar o diagrama de Ishikawa, ou também conhecido como Diagrama Espinha de Peixe ou até mesmo Diagrama Causa e Efeito. Simples de criar e utilizar, a ferramenta auxilia na organização das informações para se chegar à causa raiz de um problema.
Portanto, tal diagrama tem como objetivo ajudar a equipe a chegar nas causas reais de problemas que acometem processos organizacionais, gerenciais ou até mesmo operacionais de uma empresa. Ou seja, o propósito aqui é identificar quais os fatores que resultam em uma situação indesejada na corporação.
O método de Ishikawa parte da hipótese de que sempre para cada problema, há um número limitado de causas primárias ou principais, secundárias, terciárias e assim sucessivamente. E por este método ser elaborado incialmente para sistemas industriais, as causas podem ser agrupadas em 6 categorias, da qual traz também a denominação da Metodologia 6M, das quais são:
- Máquina
- problemas ligados à falha ou insuficiência do maquinário utilizado, como problemas de mecânica ou uso inadequado.
- Material
- a matéria-prima ou o material que foi utilizado no processo não está em conformidade com as exigências para a realização do trabalho, ou seja, está fora das especificações necessárias para ser usado, como produto em tamanho incorreto, vencido ou fora da temperatura ideal.
- Mão de Obra
- Os problemas também podem envolver atitudes e dificuldades das pessoas na execução do processo, e podem incluir: pressa, imprudência, falta de qualificação, falta de competência, etc.
- Meio Ambiente
- Neste item, devemos analisar o ambiente interno e ambiente externo da empresa e identificar quais são os fatores que favorecem a ocorrência dos problemas, como poluição, calor, falta de espaço, layout, barulho, reuniões, etc.
- Método
- Os processos, procedimentos e métodos usados durante as atividades também podem influenciar para que o problema ocorra, ou seja, devemos analisar o quanto a forma de trabalhar influenciou o problema, por exemplo se houve planejamento, se foi executado conforme o planejado, se as ferramentas certas foram utilizadas, etc.
- Medidas
- Essa categoria abrange causas que envolvem as métricas que são usadas para medir, monitorar e controlar o trabalho, como efetividade dos instrumentos de calibração, indicadores, metas e cobranças.
Como Fazer?
- Definir o problema a ser resolvido
- Brainstorming com o time designado para sanar tal problema, focando na pergunta Por que este problema aconteceu?, categorizando cada um destes motivos de acordo com a Metodologia 6M.
- Analisar as causas focando na pergunta Porque esta causa aconteceu?, criando desta forma ramificações destas causas, identificando desta forma o primeiro subnível destas causas.
- Analisar dados e evidências para validar tais afirmativas e/ou causas.
- Chegar à uma causa raiz, onde todos os pontos elencados anteriormente possam ser respondidos, mesmo que de forma relativa, porém chegando desta forma à uma causa raiz.
- Criar planos de ação para eliminar a ocorrência de tal causa raiz, pois desta forma estaremos mitigando todos os pontos já analisados e principalmente o problema geral, inicialmente denominado.