Com base nessa realidade, quem trabalha com Supply Chain deve encarar algumas tendências quase que inevitáveis em 2021
Supply Chain é uma expressão da língua inglesa que em português significa Cadeia de Suprimentos. Para o setor de logística tal cadeia envolve todas as etapas de um serviço ou produto, desde a obtenção de matéria prima para a fabricação até a entrega desse bem para o consumidor final.
E é justamente a Supply Chain Management, Gestão da Cadeia de Suprimentos, que foi posta em xeque em 2020 com a chegada da pandemia de COVID 19. Primeiro o mundo parou. O isolamento social quebrou as rotinas de mercado. Rapidamente, todos começaram a se adaptar, graças a tecnologia. Empresas e consumidores migraram para plataformas digitais e as cadeias de suprimentos tiveram que se reinventar em algum ponto.
Com base nessa realidade, quem trabalha com Supply Chain deve encarar algumas tendências quase que inevitáveis em 2021. Veja agora algumas delas:
1. Atendimento ao cliente sem contato físico
A vacinação já começou, mas vai demorar até que todos estejam imunizados. Por isso será necessário manter as estratégias on line. Muitas lojas físicas estão sendo transformadas em pequenos centros de distribuição. Novos formatos surtiram excelentes resultados, como as dark stores (lojas fechadas ao público que atuam como centros de distribuição e vendas digitais) e micro fulfillment centers (armazéns de pequena escala localizados em áreas urbanas, próximas do consumidor final) têm se mostrado muito eficientes.
2. Interação virtual entre colaboradores das empresas e parceiros de negócios
O isolamento social forçou muitas empresas a adotarem o home office como metodologia de trabalho, usando as vídeo conferências e outras tecnologias virtuais para manter a produtividade dos funcionários e o contato com os fornecedores. Algo que deve continuar em 2021.
3. Investimentos na análise de possíveis cenários
Existe hoje uma forte tendência de investimentos em Inteligência Artificial para prever eventuais interrupções na cadeia de suprimentos. Tal tecnologia acelera o poder de resposta e a construção célere de um plano de ação para manter o fluxo do processo. A identificação de vulnerabilidades permite uma gestão de riscos mais eficiente. Ter controle sobre os processos dos fornecedores aumenta o poder de resposta quando ele se faz necessário. As plataformas de SRM (Suppier Relationship Manager) são grandes aliadas para tal objetivo.
4. Atenção à metodologia omnichannel
A estratégia multicanal deve continuar exigindo investimentos neste ano, sempre com o objetivo de alcançar o cliente através de diferentes plataformas, preservando a linguagem de contato com o mercado consumidor.
5. Automação de processos manuais
Ao automatizar processos manuais as empresas ganham em produtividade, melhor uso dos recursos e competitividade. Quando diminuímos a intervenção humana em processos repetitivos reduzimos também a margem de erros. Aliás, qualquer ferramenta digital é útil no momento em que vivemos.
6. Transparência no fluxo da mercadoria
A visibilidade de uma ponta a outra da Supply Chain é fundamental para o sucesso de uma empresa nesse novo cenário, principalmente quando for preciso fazer ajustes em algum ponto da cadeia, Por isso a digitalização de processos tem sido adotada por muitas corporações, com o objetivo de acompanhar em tempo real todos os seus processos.
7. Cadeia de fornecimento resiliente e competitiva
A Supply Chain precisa ter a capacidade de operar normalmente mesmo após sofrer impactos. Para tanto é necessário ter opções diversas de fornecedores, que combinem preço, agilidade e qualidade de entrega. Um marketplace pode ajudar empresas na hora de encontrar novos parceiros. No entanto, em alguns casos, é melhor pagar mais do que perder negócios por causa de fornecedores pouco confiáveis.
8. Parceiros de verdade
Estabelecer parcerias sustentáveis, transparentes e colaborativas é uma questão fundamental nos dias de hoje. Trata-se da sobrevivência de fornecedores e empresas compradoras. A relação precisa de ser vantajosa para ambas as partes.
9. Reshoring e parallel supply chains
Muitas empresas estão praticando o reshoring, ou seja, a transferência de operações de negócios para dentro de casa, reduzindo assim os riscos de bloqueios internacionais. Por outro lado, essa metodologia custa mais caro e compromete a competitividade. Por isso, há quem opte por uma solução intermediária chamada de parallel supply chain, que pode ser uma alternativa híbrida entre importar e produzir dentro de casa.
10. Sustentabilidade como estratégia prioritária
Os contratos entre as empresas vão incluir cada vez mais cláusulas sobre sustentabilidade no uso de recursos naturais e responsabilidade na contratação da mão de obra. Por isso, as companhias devem incluir entre as suas estratégias medidas para desacelerar mudanças climáticas, reduzir a emissão de carbono, gerar poucos resíduos e usar componentes sustentáveis no processo fabricação.
Mas, de todas essas tendências, a mais significativa será a digitalização de processos. Tudo o que puder migrar para o universo online, vai migrar, fazendo com que cada vez mais o mundo digital e o mundo físico se aproximem, tornando nossas relações virtuais profundas e os limites destes dois universos e cada vez mais tênues. Um termo que tem sido bastante utilizado para retratar tal momento nos últimos anos e que faz referência exatamente a essa conexão é o Phigital (ou em português, Figital neologismo que unifica os termos Físico e Digital).
Em artigo publicado na Liga Insights, Joseph Henry, Diretor de Supply Chain B2C da Leroy Merlin, disse que do lado da tecnologia, fortalecemos as parcerias com startups, ajudando e suportando empresas mais frágeis neste contexto, incluindo o desenvolvimento de uma ferramenta de gestão omnichannel […], a ampliação do frete expresso, […] além da ampliação do uso de Lockers, que possibilita uma retirada 100% autônoma por parte do cliente
Todos esses investimentos em novas tecnologias têm gerado uma visão otimista em vários especialistas em Logística, como o professor do MIT (Massachusetts Institute of Technology), nos Estados Unidos, Yossi Sheffi, que também é diretor do MIT Center for Transportation and Logistics. Recentemente ele lançou o livro The New (Ab)Normal, O novo (A)Normal, em tradução livre. Numa entrevista dada a Revista Forbes, Sheffi afirmou que as revoluções digitais impostas pela pandemia vão criar um ambiente de negócios favorável dentro de alguns meses. Haverá uma grande expansão comercial, assim como aconteceu nos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial, falou o professor de Logística do MIT.
Hoje sabemos que um dos grandes desafios corporativos é o binômio de fortalecimento e segurança dentro da Supply Chain. Portanto, mantenha sempre este como um dos focos de sua empresa e saiba que os obstáculos estão aí para serem superados.
E se uma das estratégias para fortalecimento de seu Supply Chain for o Reshoring, estamos aqui a sua disposição, converse conosco.